Os contos de fadas operam como representações psíquicas no inconsciente. Pela fantasia a criança elabora simbolicamente seus desejos e conflitos, como pode ser percebido através da análise dos contos de fadas. Funcionam como “válvula de escape” para as aflições da criança e permitem que elas vivenciem seus problemas psicológicos de modo simbólico.
Na análise de contos como: Branca de Neve e Patinho feio, encontramos alguns significantes importantes acerca da elaboração dos conflitos infantis.
Em “Branca de Neve” encontramos a relação mãe-filha e a identificação da menina com sua mãe durante o conflito edípico. Trata-se da problemática da construção feminina.
No “Patinho Feio”, é um conto que expõe o sentimento de rejeição, o desamparo infantil que a criança passa para se estruturar como sujeito, bem como aponta a importância do amor materno na constituição de um lugar simbólico e ainda aborda o modo como as sensações de exílio e estranhamento[1].
Os contos de fadas e o ato brincar oportunizam à criança a realização de seus desejos e fantasias, colaborando com isso, para o bom desenvolvimento infantil. O brincar para uma criança vem a preencher suas necessidades, sejam estas reais, simbólicas, cognitivas ou apenas imaginárias. O brincar permite que simbolize suas questões e lhe dá seu lugar no mundo[2].
Quando pensamos na infância, sempre a associamos ao brincar. A brincadeira é uma forma primordial, através da qual a criança se estrutura e se desenvolve. Na psicoterapia, ela se expressa através do brincar. Brincando ela aprende.[3]
[1] n: GAMARRA, Fabiane B. (or.LENZI. lc) Encontros e Desencontros na Vida de uma Criança: A importância dos contos de fadas. TCC, C. de Psicologia, UNIJUI, 2009. (não publicado)
[2] In: MIRON, Taciana Hass (or.LENZI lc).O brincar como uma forma de dizer. TCC. Curso de Psicologia. UNIJUI. 1999. (não publicado)
[3] In: BERGOLI, Fernanda Corsetti. (or. LENZI, lc) A brincadeira e seu uso educativo. TCC. Curso de Psicologia. UNIJUI. 1999. (não publicado)
Para saber mais:
Para saber mais:
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1995
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
BROUGÈRE, G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995.
CORSO, D ; CORSO, M. Fadas no Divã: Psicanálise nas Histórias Infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
HEINKEL, Dagma. O brincar e a aprendizagem na infância. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2000.
LEVIN, E. A infância em cena: constituição do sujeito e desenvolvimento psicomotor. Petrópolis: Vozes, 1997.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
VON FRANZ, M. L. A interpretação dos contos de fadas. São Paulo: Paulinas, 1990.